Perseguição

Diante de uma situação tão tenebrosa pela qual passei hoje, não vi outra alternativa a não ser vir compartilhar isso com vocês.

Sei que este post deverá causar diversas reações, assim como a situação causou em mim — é claro que vivenciar é bem pior que ler.

Na verdade, seria cômico se não fosse trágico, mas chega de enrolação e vamos aos fatos.

No meio da tarde, eu estava no trabalho e resolvi descer para dar uma mijadinha ir ao toilet, e mal podia imaginar o que me esperava lá...

Ao entrar, deparei-me com a visão do inferno. Um cara barbudo, cabeludo e igualmente peludo em todo o corpo, sem camisa, em frente à pia, secando o sovaco as axilas com o papel toalha de enxugar as mãos.

O detalhe é que hoje fez um calor desumano, e, por conseguinte, o indivíduo estava extremamente suado, pingando, eu diria. Vocês podem imaginar o fedor de um ônibus cheio de pedreiros às 18h30. Aliás, acho que isso ainda seria menos desagradável que o odor de gambá em decomposição que eu senti ao adentrar o toilet.

Na maior naturalidade, ele disse: "Ah, aqui é o feminino? Achei que era o masculino". Mas o ponto é que ele não saiu! Continuou lá em seu ritual de higiene (?)

O pior de tudo é que, ao entrar, eu fiquei tão sem reação que entrei em uma das "casinhas" do banheiro e fiquei esperando ele sair, para poder, então, satisfazer minhas necessidades fisiológicas. Não consegui sequer balbuciar uma única palavra, tamanha a minha perplexidade.

E ele ficou ali por mais um tempo, exalando aquele cheiro abominável e secando a réplica de Tony Ramos que é o seu corpo.

Até fiquei me indagando se eu estava sofrendo de algum tipo de alucinação ao imaginar que havia uma plaquinha na porta diferenciando o banheiro feminino do masculino. Mas, não, realmente a sinalização é bem clara, e acredito que até meu vira-latas saberia que ali é lugar de "menina".

O pior é que aquela podridão impregnou no banheiro, e eu saí de lá desesperadamente atrás da senhora da limpeza, implorando para que jogasse álcool, água sanitária, soda cáustica, ou o que fosse preciso para tirar aquela catinga de lá.

Para variar, esse "incidente" murphyano desencadeou uma enxaqueca torturante que há algum tempo eu não tinha, e meu estômago parece fazer os movimentos de uma roupa na máquina de lavar.

Agora, alguém me explica isso? Porque eu juro que não entendi.

Confusão

Ultimamente, é assim que tenho me sentido. Confusa. Fraca. Sozinha. Desmotivada.

Não, não tem nenhum motivo em especial — o que às vezes faz parecer que eu sou uma idiota e estou procurando chifre na cabeça de cavalo.

A verdade é que eu tenho me tornado a cada dia uma pessoa mais esquisita. Nada parece me satisfazer. E o pior é que esse blog, que inicialmente fora criado para ser um espaço de interação, diversão, etc., quando não está abandonado, só serve para eu me lamuriar... o que eu acho uma pena, pois tem pessoas muito legais que me leem e comentam aqui, mesmo eu sendo relapsa e não correspondendo :(

Só sei que todos os dias levantar da cama é um sacrifício muito grande pra mim... ir para o trabalho, ter que ver pessoas, falar com elas, sorrir, pensar... e aí eu recebo missões cada vez mais complexas, que só fazem com que eu me sinta mais burra e incapaz.

Às vezes sinto um vazio tão grande que não sei explicar... e realmente não tem um motivo (pelo menos que eu tenha identificado até agora).

Na maioria do tempo, procuro acreditar que é só cansaço, só pelo fato de eu não saber o que são férias (sequer uma semaninha) há pelo menos seis anos. Sempre priorizei o trabalho, a "carreira", os estudos... e fui deixando as minhas vontades de lado.

Inclusive, estou frustrada até agora por não poder ir ao show do AC/DC em São Paulo nem em Buenos Aires...

Enfim... Eu não posso reclamar. Eu tenho emprego, enquanto muita gente procura que nem doida. Eu sou formada, enquanto muita gente sequer sabe ler. Eu tenho uma família que me ama e me apoia (do jeito dela, mas não posso me queixar), tenho minhas coisas, praticamente conquistei independência financeira, tenho um namorado que me faz muito bem, e tenho amigas, com as quais eu sei que posso contar. São poucas, mas eu sinto firmeza na amizade delas.

Mas é como se algo estivesse faltando. Tem um vazio dentro de mim, que não consigo identificar ou sanar. Sempre me sinto, como disse a Rose, numa sala de espera, aguardando pela minha vez de ser feliz de verdade, enquanto eu vejo todos sendo "atendidos" antes de mim.

Talvez o meu problema seja a falta de expectativas. Porque de certa forma eu estou estagnada. Eu me formei, e estou trabalhando. Tá, e daí? Pelo que eu estou esperando agora? Não consegui fazer uma pós ainda, porque na minha cidade não tem, as que tem numa cidade próxima são cursos que não me interessam — e mesmo que interessassem, meus horários de trabalho são incompatíveis.

Não vivo mais a ansiedade de esperar pela minha formatura, nem por nada que pareça significativo. Tudo que eu imagino ou sonho parece tão distante, tão impossível, tão abstrato... que eu acabo desistindo antes de tentar.

Não sei mais se meu trabalho me faz feliz, na verdade, porque tenho me questionado muito sobre se escolhi a profissão certa... às vezes eu acho que sim, mas tem horas que eu sinto tanta raiva de ter que fazer certas coisas, que começo a ficar em dúvida novamente...

Enfim, não quero me prolongar ainda mais. O único sinal de um comportamento diferente que eu tenho notado é a obsessão por comprar esmaltes. A cada vez que vou a uma farmácia, por exemplo, tenho que sair pelo menos com um esmalte novo, por mais que não esteja precisando...

Ah... esse negócio já está parecendo mais uma autoanálise... espero voltar aqui com melhor ânimo da próxima vez. E me perdoem novamente pela ausência... a correria aqui está grande.

Obrigada a todos que ainda têm paciência de passar por aqui.
Sou sempre eu mesma, mas não sou sempre a mesma!.
 
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