Isso só acontece comigo!

Eu já havia desligado o computador por hoje, mas um fatídico acontecimento me fez voltar aqui e relatar mais detalhes da sorte com a qual fui contemplada ao nascer.

Dias atrás, resolvi finalmente fazer aquela tão planejada hidratação nos cabelos. Creme em mãos, touca térmica, vamos lá. Besuntei o cabelo todo — que não é pouco! — com um maravilhoso e poderoso hidratante. Ao que eu estava acabando, minha mãe me dá a feliz notícia: o chuveiro havia queimado. E aqui em casa só tem um banheiro.
Para minha sorte, naquele dia estava frio, o que significa que fiquei mais de duas horas com a cabeça congelando até que minha mãe pudesse sair de casa para comprar outro chuveiro, e o meu pai substituísse o queimado pelo novo.

Até aí, tudo bem. Pelo menos meu corpo estava aquecido com roupas adequadas, portanto não passei tanto frio.

Hoje, como Murphy realmente não folga de sábado — no meu caso, nem de domingo, ano novo, dias santos, etc... —, tive mais uma prova de que a expressão "tirar um tempo para cuidar de mim" não se encaixa de maneira alguma no meu vocabulário.

Simplesmente no dia mais frio do ano na minha cidade (fez -4°C de madrugada), quando eu estou no meu maravilhoso banho, com os cabelos totalmente imersos em muita espuma de xampu, essa lendária lei resolveu aplicar-se à minha pessoa novamente. Simplesmente todas as luzes da casa se apagaram, e, instantaneamente o chuveiro ficou gelado como a morte (ui!).

Gritei para a diarista, perguntando se havia acabado a luz em toda a casa, ou se só do banheiro, e, para a felicidade geral da premiada aqui, ela respondeu que a casa toda estava às escuras.

Imediatamente, comecei a congelar mais que picolé no Polo Norte, e desesperadamente liguei para a Copel (companhia de energia do Paraná), que demorou horrores pra me atender, ao que eu ia ficando mais e mais tomada pela hipotermia e pelo desespero dentro do box.

Ouvindo aquelas odiosas gravações, me veio um "plim", e eu solicitei que a diarista fosse até o quintal verificar se a chave-geral da casa havia desligado, embora ainda me recusasse a aceitar que a fiação elétrica da minha casa fosse tão velha a ponto de não aguentar um ferro de passar e um chuveiro ligados ao mesmo tempo. Mas é.

Eis que, quando o rapaz da Copel finalmente me atendeu, eu perguntei se havia problemas de luz na região — isso tudo não sem passar pelo constrangimento de ter de explicar a ele que não podia verificar o código da minha conta de luz pois havia sido interrompida em pleno banho, e portanto estava nua e molhada falando com ele, óbvio. Ah, e ao celular, pois o telefone da minha casa é sem fio e, por conseguinte, não funciona sem luz também!. Ao que ele respondeu negativamente — também após ter de confirmar uma série de dados, pois eu não tinha o maldito código em mãos —, a diarista religou o disjuntor-geral e a luz voltou.

Para não passar ainda mais vergonha, fiquei falando com o moço na linha enquanto ele me explicava algumas coisas, depois de a luz ter voltado, disfarcei e disse pra ele que depois eu olharia na chave-geral da casa para ver se era isso mesmo o problema — queda por sobrecarga —, pois naquele momento eu obviamente não tinha condições, e se fosse o caso ligaria novamente.
Depois de quase morrer congelada, e ainda pelada, o que seria obviamente constrangedor se alguém me encontrasse morta no banheiro, terminei meu banho na velocidade da luz, com medo de uma nova "surpresa" desagradável... e aqui estou eu, rezando, implorando, pedindo a todos os santos, para que nada mais de inusitado aconteça hoje.

memories

Desligo o computador. Leio mais algumas crônicas do livro do Jabor (Amor é prosa; sexo é poesia). Olho para o cabideiro e os rabiscos atrás da porta do quarto. Velhos acessórios me remetem a tempos passados.

Um pedaço da minha história.


Em branquinho, caneta piloto e lápis de olho, estão lá os nomes de algumas das minhas bandas favoritas de alguns anos atrás. Tem também recadinhos de algumas amigas. Tudo ali registrado.

Várias vezes já pensei em lavar essa porta, raspar tudo e passar tinta nova, dando assim um aspecto mais higiênico ao ambiente. Mas ainda não tive a devida coragem de apagar essa pequena recordação.

Vejo ali pendurado também um cinto preto de tachinhas... ele combinava tão bem com o meu All Star no auge da minha adolescência! E também me traz muitas recordações!

Também noto que há muitas bolsas penduradas. Cada uma delas me acompanhou por certo tempo, em determinadas jornadas da minha vida. Carregaram vários objetos, como os cadernos da faculdade (e ainda da época do colégio!), estojos cheios de canetas coloridas, documentos e chaves, celular... e carregaram comigo minhas angústias, dificuldades, frustrações e conquistas.

Todas (as bolsas) foram aposentadas por invalidez ou tempo de serviço — ou ambos. Mas não consigo me desfazer delas. Minha mãe vive me pedindo para fazer uma "limpa", doar as coisas que não uso mais. Mas tenho esse péssimo defeito de guardar — e por que não dizer colecionar — coisas. A maioria não serve para nada. Mas digamos que eu me sinta mais "segura" e mais conectada comigo mesma assim.

Para tudo, levo certo tempo até ter coragem de eliminar. Eu chamaria de período de desapego.

Hoje percebo que tem sido assim com as pessoas também. No começo, eu sofro, mas depois vai passando o tempo, e eu me desapego das pessoas. Algumas me dão fortes motivos para isso, e aí é mais fácil — exceto quando eu não quero me distanciar de alguém, mas às vezes é inevitável.

Quem sabe uma parte das velhas bolsas, cintos e pessoas ganhem finalmente um destino... hoje, ou qualquer hora dessas.

O inferno é aqui

Religião à parte, não acredito que, depois que morrermos, seremos classificados conforme nosso comportamento na Terra. Os bonzinhos para o céu, os pecadores leves passam uma temporada no purgatório, para pagar seus pecados, e depois vão para a companhia dos anjinhos, e os muito malvados vão direto para o inferno.

Acho que, de alguma maneira que não sei explicar, já estamos todos no inferno mesmo. Ou então, que o purgatório e o inferno são aqui, e cada qual cumpre sua pena ao mesmo tempo em que comete os pecados. E o céu... ah, esse é lenda!

Não é querer me fazer de vítima, nem nada, e não que eu seja uma pessoa muito boazinha e de alma generosa, mas muitas vezes tenho a sensação de estar pagando meus pecados antes mesmo de cometê-los.

Porque não dá para entender o tanto de situações infernais que eu sou obrigada a encarar dia após dia...

A minha conduta é muito simples. Eu sempre procuro fazer o melhor que posso, tanto no trabalho, quanto na vida pessoal. Nunca tenho como objetivo prejudicar ninguém, mesmo que essa pessoa mereça — ao meu ver. Eu levanto a cabeça e penso: "a vida cuida".

Só que mesmo ficando na minha, tentando, aos trancos e barrancos, cumprir minhas tarefas da melhor forma possível e, de quebra, não interferindo na vida alheia, ainda assim não é suficiente.
Se eu acreditasse em reencarnação, juraria que na vida passada eu fui um carrasco daqueles que torturava escravos impiedosamente, com sede de sangue e sádico por dor.

Puta que pariu... Desculpem as palavras, mas está difícil não desembestar a gastar todo o meu repertório de palavrões...
 
Lição do dia: não precisa estudar muito, só saber ser puxa-saco. Aí, você pode chegar a cargo de chefe e quase literalmente cagar na cabeça dos seus subordinados, principalmente se você perceber que eles têm uma visão das coisas um pouquinho melhor que a sua... Então, para não ser humilhado pela falta de conhecimento, humilhe-os com a sua arrogância. Simples.

O chá

Se eu fosse uma estudiosa do assunto, poderia formular uma tese. O chá pode ser comparado às famosas poções do amor que as feiticeiras vendiam aos pobres não-correspondidos, pois possui propriedades tão apaixonantes que parece mentira se estar escrevendo isso em pleno século 21.

Obviamente, não estou falando da bebida chá, do Matte Leão vendido em práticos saquinhos. Refiro-me ao chá de cama, ou, em outras palavras, ao chá de boceta e ao chá de pica.


Pode parecer uma forma vulgar de se falar do assunto, mas acredito serem estes os termos mais fiéis à realidade.


Eu aposto que você, leitor, conhece um caso típico do chá.


Aquele cara super gente boa, educado, simpático, lindo, divertido, sonho de consumo de muitas garotas, que costumava deixar pobres corações femininos despedaçados por onde passa, pois nunca se apegava.... de repente, aparece namorando. E apaixonado.


Mas, inveja à parte, você nota que a felizarda não possui sequer uma qualidade tão forte a ponto de conquistar um rapaz como aquele...


Pode ter certeza de que ele foi mais uma vítima do implacável chá.


Eles brigam, choram, disparam uma série de insultos um ao outro. Mas o chá é tão bem dado que ele pensa estar apaixonado.


O mesmo vale para as mulheres. Um chá de pica bem aplicado pode fazê-las sofrer tanto quanto as mocinhas das novelas das oito, que devem dar muito lucro à Kleenex, gastando uma caixa de lenços por semana.


E o chá tem efeito duradouro. Ele parece amor. Suas vítimas não percebem — por um bom tempo — que foram acometidas pela maldição do chá.


E tem outro agravante: não há idade. Um quarentão pode sofrer os efeitos colaterais do chá tanto quanto um jovem recém-desvirginado. E eu já vi até famílias serem destruídas por um "inofensivo" chazinho.


Para piorar, não existe antídoto para o chá. E nunca se sabe quando você pode ser vítima dele. Algumas pessoas parecem ter uma certa imunidade, mas não existe garantia.


Também não conheço pesquisas científicas sobre o assunto, mas Freud deveria saber explicar...

Pessoas inconvenientes

Há tempos não escrevo aqui, né, mas hoje vim tratar de um assunto muito sério: pessoas inconvenientes. Que atire o primeiro chiclete a primeira pedra quem não convive com uma.

Hoje foi o dia em que, antes mesmo de eu acordar, os enviados de Murphy decidiram: vamos perturbar a Jean até a "grande" paciência dela se esgotar.

Pois é, e conseguiram.

Só para explicar: eu sou uma pessoa altamente irritável, não gosto de gente metida a engraçadinha, ou que se acha no direito de fazer piadinhas sem ter intimidade, ou qualquer coisa do tipo.

Bom, para começar, uma mulher muito mala sem alça sem desconfiômetro foi almoçar lá em casa hoje — sem ser convidada, é claro. É que ela é manicure e atende a domicílio. Antigamente, minha mãe e eu costumávamos nos valer dos serviços, dela, mas a porquice a falta de qualidade do trabalho dela nos fizeram mudar de manicure/depiladora/etc. Só que ela se acha amiga, sabe como é? Então, de vez em quando, ela resolve passar lá em casa "despretensiosamente" exatamente no horário em que ela sabe que minha mãe está pondo o almoço na mesa. Mas, como se não bastasse, ela se acha da família. Se intromete nos assuntos, fica perguntando da minha vida — coisa que eu odeio —, entre outras manias insuportáveis.

Ok, livrando-me da intrusa, vim trabalhar. Chegando aqui, outro enviado de Murphy fez questão de esgotar os últimos pingos da minha paciência. Quem já me lê há um bom tempo deve se lembrar do chato que ficava fiscalizando se meu carro estava bem lavado. Pois bem, esclareço que não foi uma situação isolada. Essa pessoa parece ter prazer em me irritar. Se eu desenvolver uma úlcera nervosa, vou mandar a conta do médico para ele.

Então, vamos chamar esse meu amigo de Gugu (qualquer semelhança com o apresentador é mera coincidência). Hoje, chovendo, chego ao trabalho e, como qualquer pessoa normal, digo "boa tarde" a todos que estão no recinto, de forma genérica mesmo. Mas ele, que adora me importunar, de vez em quando resolve achar que tem direito a cumprimento exclusivo. Todas as pessoas normais responderam, e, após o recinto silenciar, ele resolveu disparar:

Boa tarde, JEAN GREY. (Assim mesmo, dizendo meu nome completo)

Óbvio que eu, com toda essa paciência que Papai do Céu me deu, não deixei por menos.

Eu já disse boa tarde, você não ouviu?

Não ouvi.

Não tenho culpa.

Cri cri cri...

Bem, só para explicar, antes que vocês me achem uma grossa, insensível, sem paciência, de TPM constante, etc., saibam que o Gugu ADORA me pentelhar. Ele faz de propósito. E aí entra uma série de atitudes inconvenientes e irritantes, como — pasmem! — mexer na minha bolsa; ficar observando e comentando sobre quantos pães de queijo eu como; reparar em detalhes a que, supostamente, os homens não se atêm, só para me pentelhar, como se as minhas unhas não estão feitas ou na bota que estou usando...

Francamente... merece umas patadas! Paciência tem limite. E a minha é mais ou menos do tamanho do cérebro da Carla Perez.
Sou sempre eu mesma, mas não sou sempre a mesma!.
 
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