O segredo é reciprocidade!

Reciprocidade. Essa palavrinha aparentemente tão complicada, que na prática é mais complicada ainda, é a chave de tudo, na minha opinião.

Ultimamente, minha vida tem passado por uma série de mudanças - um dos motivos, inclusive, para o meu "desaparecimento" do blog. Algumas dessas mudanças têm sido dolorosas, mas quero acreditar que as coisas acontecem por uma causa maior, e que no fim tudo se ajeita.


Eu sei que muitas das soluções, inclusive, para os meus problemas, deverão partir somente de mim, e requererão uma dose extra de sacrifício, mas acredito que vai valer a pena.


Mas tem certas coisas que já esgotaram a minha parcela de esforços, e acho que só o tempo dirá.


Semana passada, tomei uma atitude difícil. Praticamente encerrei uma amizade de não sei quantos anos. É, não que eu tenha encerrado, mas disse a essa amiga minha muitas coisas que estavam engasgadas, e ela não teve a decência de me procurar de volta para conversarmos.


Simplesmente ignorou.


O que me dói não é apenas me afastar de uma pessoa de quem eu gostava muito, mas sim saber que essa pessoa não teve um pingo de consideração por mim. Durante anos eu a apoiei, fui seu ombro em incontáveis ocasiões, muitas vezes, a única amiga de verdade que ela tinha.


Mas, num dado momento, ela conheceu pessoas novas. Tudo bem, talvez essas pessoas sejam divertidas e menos compromissadas que eu, e portanto podem sair a qualquer dia da semana e voltar à hora que querem - ou pelo menos não terão de arcar com consequências tão complicadas quanto as que eu teria se agisse com tal irresponsabilidade.


Tudo bem que elas são solteiras, livres, desimpedidas e de reputação duvidosa - o que, ao ver dela, deve emanar uma sensação de liberdade que ela não conhecia.


Ok. Mas daí a me excluir da vida dela, omitir as coisas de mim e por vezes até mentir, tudo para provar sua superioridade? Para mim foi demais. Uma de suas melhores amigas querendo te dizer a todo momento que é melhor e mais gostosa que você às vezes cansa. Não que eu queira ser melhor que ela. Justamente o contrário. Detesto essa competitividade que habita a personalidade de tantas mulheres.


Bem, aquele e-mail ficou sem resposta. E eu, então, deixo estar.


Fiz a minha parte. Aliás, acho que até mais, visto que a amizade sempre foi algo bem unilateral, pois ela não tinha comigo a mesma paciência, compreensão e suporte que eu tinha com ela. Mas nós nos divertíamos.


Bem, por mais que seja difícil, eu tenho agido assim ultimamente. Não corro atrás de pessoas que não me dão a mínima. Quando eu era adolescente e bem insegura, eu até engolia alguns sapos, suportava coisas insuportáveis, tudo em nome da tal amizade. Mas se a pessoa nunca está lá para te ajudar, por que você tem que ajudá-la? Acho que não tem sentido, não é mesmo? Isso, então, não é amizade, é carência, ou dependência.


Enfim... minha postura tem sido essa: se eu tiver uma e apenas uma amiga no mundo inteiro, mas ela for sincera e leal comigo, então estarei satisfeita. Porque ter uma amizade de verdade é algo bem raro, e bem melhor que inúmeras amizades "de balada". E acho que sou uma pessoa de sorte, porque tenho bem mais que isso.

Obs: prometo que responderei a todos os comentários e voltarei a comentar nos blogs dos amigos... mas é que, de fato, ultimamente as coisas andam difíceis por aqui.

Decepção

Há dias eu queria voltar a postar aqui. Pensei em diversos assuntos que eu poderia abordar de forma divertida, interessante, mas nada me ocorreu.

Mas, eis que hoje eu venho aqui para me lamentar.

Sim, lamentar.

Hoje, passei o dia todo com um nó na garganta. Com uma tristeza profunda. Com uma dor imensa dentro de mim.

Ontem, o nosso respeitabilíssimo Supremo Tribunal Federal acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

Na prática, isso é um tremendo desrespeito. Desrespeito com todos aqueles que, como eu, dedicaram quatro anos de suas vidas à realização de um sonho, aos estudos com todo o esmero possível em busca de ser um bom profissional, de fazer a diferença na própria vida e na vida das outras pessoas.

Os ministros do STF, ao derrubar essa exigência, pisaram nos estudiosos da comunicação, nos professores, nos tantos universitários que querem aperfeiçoar-se.

Engraçado como os representantes do órgão máximo da "Justiça" brasileira demonstraram tamanha desinformação e menosprezo por uma das profissões mais importantes atualmente.

Uma decisão como esta certamente acabou com os sonhos de muita gente, que assim como eu, pensava em se especializar, em estudar mais e mais, em seguir uma carreira respeitável.

Hoje, sinto como se quase todos os meus planos de vida tivessem desmoronado. Não tenho mais motivação alguma para buscar uma pós-graduação, quem sabe mestrado ou doutorado. Para quê? Se amanhã qualquer semi-analfabeto que terminou o Ensino Médio aos trancos e barrancos pode se auto-intitular jornalista?

Para que meu pai investiu tanto dinheiro e eu empenhei tanto esforço e suor numa faculdade que agora é a mesma coisa que nada?

Como é que se levanta de manhã para trabalhar motivado, se corremos o risco de perder as poucas conquistas que temos... que são um piso salarial meia boca e uma jornada de trabalho de cinco horas diárias?

Hoje, graças a essa decisão descabida, eu não duvido que muitos donos de empresas de comunicação prefiram trocar boa parte do seu quadro de jornalistas por qualquer bando de zés-ninguéns que, por saberem malemal assinar o nome, aceitarão trabalhar por uma mixaria. Mas eles poderão assinar as matérias.

Uma conquista que eu levei quatro árduos anos para alcançar: ter meu nome nas páginas do jornal, acima de uma matéria de minha autoria, fruto da minha capacidade intelectual, somatório de conhecimentos acumulados, de estudos, de trabalhos, de noites mal dormidas, de estágios mal remunerados, de dores nas costas e do sacrifício do meu pai em pagar a mensalidade.

Eu sei que pode parecer que estou perdendo o foco, ou dramatizando a situação... mas imaginem se fosse com a profissão de vocês. Imagine se qualquer um que sabe "fazer contas" pudesse ser considerado administrador, ou contabilista. Se qualquer um que lesse por conta própria um Código Penal pudesse ser advogado. Se qualquer um que desenha bem pudesse ser arquiteto sem a devida formação. Se qualquer pedreiro pudesse se auto-intitular engenheiro civil. Já imaginaram?

Ao contrário do que muitos pensam, escrever não é fácil. Escrever é complexo. Conhecer as regras de gramática é uma tarefa árdua. Saber organizar as frases, concatenar as ideias, escrever de maneira coerente e coesa não é para qualquer um. Desculpem-me se pareço arrogante. Mas não é para qualquer um. Não basta ter dom.

Jornalismo é, sim, técnica, padrão, estudo, ciência.

Jornalismo é coisa muito mais séria que alguns cabeças-de-abacate pensam. Não é fácil colher as informações e traduzi-las de forma que todos que leiam entendam. Isso que estou apenas citando o meu caso, de repórter de jornal impresso. Sem contar os de televisão, que precisam ter um texto atraente para o telespectador, e ainda se preocupar com as imagens que casarão perfeitamente ao texto. E ao jornalista de rádio, que precisa passar sua mensagem de forma clara, sucinta, e ao mesmo tempo fazer com que seu ouvinte consiga visualizar a notícia, ter a dimensão real do fato.

Não vejo demérito nenhum do jornalista em detrimento a um médico, engenheiro, advogado, dentista, e tantas e tantas outras profissões. Todas são igualmente importantes, cada qual no seu segmento, cada uma complementando a outra. Mas é preciso saber respeitar as peculiaridades de cada uma.

Não se iludam. Esse papo de "liberdade de expressão" é a maior balela que eu já ouvi na minha vida. Hoje em dia qualquer um pode tornar públicas suas ideias. Os blogs e diversas outras ferramentas estão aí para isso. Jornalismo é diferente. É acima de tudo um serviço à população.

Quero fazer pequenos comentários abaixo sobre os absurdos, os dispautérios que os ministros, pessoas de notável sapiência, disseram, ao tentar justificar sua decisão ridícula, patética, e vergonhosa:


Relator do processo, o presidente do STF, Gilmar Mendes, concordou com o
argumento de que a exigência do diploma não está autorizada pela Constituição.
Para ele, o fato de um jornalista ser graduado não significa mais qualidade aos
profissionais da área. “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio
idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.”


Pois é. A graduação, de fato, não garante a qualidade dos profissionais. Mas em nenhuma profissão, não apenas no jornalismo. Agora, se com diploma exigido vemos tantos pseudo-analfabetos por aí sendo jornalistas, imagine agora, com essa liberação incabível.



Os ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello seguiram o voto do relator. Único a votar pela exigência do diploma, Marco Aurélio Mello disse que qualquer
profissão é passível de erro, mas que o exercício do jornalismo implica uma
“salvaguarda”. “Penso que o jornalista deve ter uma formação básica que
viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em
geral”, argumentou Mello.

Ministro Marco Aurélio Mello, o senhor foi o único sensato nas suas declarações.



Em seu voto, Gilmar Mendes sugeriu que os próprios meios de comunicação exerçam o mecanismo de controle de contratação de seus profissionais. Ele comparou ainda a profissão de jornalista com a de chefe de cozinha. “Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional
registrado mediante diploma de curso superior nessa área”, comparou.

Para mim, está muito óbvio que aí tem rabo preso com os donos dos meios de comunicação. Era tudo o que eles queriam. Agora, eles podem demitir quem eles quiserem, se livrar dos formados, e adquirir mão-de-obra barata. Não tão boa, mas quem está preocupado com a qualidade da informação? Pelo jeito, ninguém.

Quando a essa comparação do cozinheiro, eu acho que ela vem bem a calhar. Um chef de cozinha pode até não precisar necessariamente ser formado em uma universidade, mas os melhores são aqueles que buscam o aperfeiçoamento profissional sempre. Ou você não teria medo de comer uma comida feita por uma pessoa que não sabe a diferença entre champignon e cogumelos tóxicos? A informação também pode ser um fino champignon ou uma ramaria.

“O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no
âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade
do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à
saúde e à vida dos consumidores”, acrescentou Mendes, que disse acreditar que a
decisão desta quarta não vai contribuir para o fechamento de faculdades de
comunicação social.

E o excelentíssimo presidente do Supremo sai disparando mais besteiras... Eu mesma, se ainda estivesse na faculdade, largaria já. Afinal, para que eu vou me dedicar tanto se existe uma população inteira de concorrentes sem o menor preparo?

Entre estas e outras barbaridades, as afirmações foram tão repugnantes, que nem parecem de membros da suprema corte, detentores de tanto conhecimento.

Acho que eles não sabem a diferença entre articulista de jornal, colunista, e repórter... E agora, ficará menos evidente ainda, pois algumas pessoas sequer têm um nome a zelar.

Relacionamentos saudáveis

Sinto-me no direito de escrever sobre relacionamentos saudáveis, não apenas por ter um, mas porque acredito que este é um assunto nunca suficientemente debatido.

Muitos fantasiam acerca de um relacionamento perfeito. Mas, sinto informar, isso não existe. O que existe são relacionamentos saudáveis e relacionamentos prejudiciais. Cabe a cada um de nós avaliar seu próprio namoro, casamento, etc., e chegar à conclusão se o relacionamento está fazendo bem, acrescentando algo à nossa vida, ou se está desgastado e mais dando dor de cabeça do que alegrias.

Contudo, alguns sinais são cruciais no momento em que se avalia se estar com uma pessoa é bom ou ruim para ambos. Em primeiro lugar, quero esclarecer que até mesmo o melhor dos relacionamentos tem brigas. Sim, discussões e discordâncias são inerentes ao ser humano, e é impossível duas pessoas que vivem juntas jamais terem uma desavença sequer e pensar e agir exatamente igual em todas as situações.

Ainda assim, existem graus de brigas e formas de discussões. Na minha cabeça, um namoro que tem mais brigas que momentos felizes nunca será saudável. Um casal que passa mais horas discutindo o relacionamento e chorando (ou se ofendendo) do que falando baboseiras e rindo junto não pode dizer que se dá bem.

Eu sei que devo estar sendo criticada mentalmente nesse momento por quem me lê, mas estou apenas dizendo a mais pura verdade, nua e crua. Acho um ultraje pessoas que insistem em relacionamentos falidos, cheios de desavenças, desespero, brigas com gritos e palavras de baixo calão. Para mim, isso é simplesmente “dar murro em ponta de faca”.

Não vou dizer que nunca tive um namoro assim. Tive, sim. Brigávamos 24 horas por dia. E o relacionamento durou menos de dois meses. Mas conheço gente que namora desse jeito há anos. E Aí eu me pergunto: “por quê?”.

Mas não sei a resposta, para ser sincera. E acho que nem eles mesmos sabem.

Mas, voltando aos relacionamentos saudáveis. É extremamente imprescindível (redundância?) a sinceridade e transparência desde o começo. Parece óbvio, eu sei. Mas analisando profundamente, vemos que não é.

Explico.

Muita gente começa um relacionamento baseado em aparências. “Tenho que me comportar e cuidar com o que vou falar, não posso expressar minhas opiniões tão rápido assim. Vai que ele/ela se assusta”. Completamente errado. Você pode e deve ser você mesmo desde o começo. Assim, se a pessoa gostar de você, será pelo que você realmente é, e não por um personagem que você criou. Porque, acredite, nenhum personagem dura muito tempo. Logo você mostra seu verdadeiro “eu”, e aí pode desagradar.

Assim começam muitas das brigas dos relacionamentos. “No começo você era assim, agora você é assado!”. Já ouviu um caso assim? Pois é.

Todo mundo tem que ceder, sim. Ambos os lados precisarão abrir mão de algo em dados momentos. Mas isso não significa aniquilar-se e fazer apenas as vontades do outro. Desse jeito, uma das partes estará sempre infeliz, ou acabará se perdendo de si mesmo ao longo do tempo.

Compreensão é fundamental, mas personalidade e opinião também.

A melhor coisa em um relacionamento é você poder ser você mesmo. Poder falar as suas piadas sem graça, poder debater assuntos sérios e expor sua opinião. Ter liberdade para falar dos seus sentimentos. Rir e chorar. Permitir-se cometer um erro e saber que será compreendido. Ter com quem desabafar. Poder contar seus segredos mais íntimos. Não ter medo de parecer ridículo. Não ter medo de pedir um carinho. Nem de fazê-lo. Não ter vergonha de dizer palavras bonitas, ou bregas, mas que vêm do seu coração. Espontaneidade é a chave de uma convivência saudável.

E reafirmo, não falo isso só porque hoje eu sei que sou completamente realizada no meu relacionamento. Fiquei sozinha por muito tempo, e sempre pensei da mesma forma: se for para ter alguém que só me faz sofrer, prefiro ficar sozinha.

Relacionamento é bom até o momento em que está te fazendo bem. A partir de quando começa a fazer mal, é hora de rever seus conceitos e sua vida.

O principal aspecto de um relacionamento saudável é que, nele, os dois sempre ajudarão um ao outro a melhorar, não importa como. Atitudes egoístas e ciúme exagerado nunca farão nem o relacionamento nem o casal progredir. Muitas vezes, abrir mão de um momento juntos é uma prova de amor. Se seu namorado ou sua namorada tem um trabalho importante da faculdade para apresentar e precisa se dedicar para prepará-lo, cabe a você compreender que ele/ela precisa de um tempo para isso. Fazer birra e cobranças não ajudará em nada. Ao contrário, incentive o seu par a se dedicar aos seus afazeres, e ofereça ajuda, sempre que você puder ser útil. Mas não force a barra. Principalmente se você pensa em ter um futuro ao lado dessa pessoa, analise: que tipo de marido/esposa você quer ao seu lado? Um fracassado ou um bem-sucedido? Não é questão de ser dinheirista, é uma questão óbvia. Além do mais, você não quer alguém jogando na sua cara que não estudou ou que recusou um emprego melhor por sua causa, não é?

A individualidade de cada um precisa sempre ser preservada. É claro que, em um relacionamento, vocês passarão a compartilhar muitas coisas, mas não significa que vocês tenham que viver um a vida do outro.

Outro indicativo muito simples sobre se o relacionamento vai bem ou mal é a vontade de estar com a pessoa. Você tem vontade de ficar junto, ou acha que isso é obrigação dos casais? Você se sente de fato mais feliz ao lado dessa pessoa, ou está simplesmente acostumado?

Por hoje é “só”. Acredito que este post vai ter continuação.
Sou sempre eu mesma, mas não sou sempre a mesma!.
 
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