Susan Boyle

Assisti agora há pouco ao vídeo de Susan Boyle. Com certeza esta mulher é uma das maiores lições que podemos ter na vida.

Imaginem como ela se sentiu — e como vinha se sentindo a vida INTEIRA — sem nunca ter uma chance sequer de demonstrar o seu talento. Não, talento, não. É mais que isso. Arrisco a dizer um DOM divino.

A humildade e a simplicidade com que ela entrou no palco... os jurados sentiram-se no direito de fazer chacota, como fazem com todos os candidatos. Ainda pior. A plateia também não deixou barato.

E no instante em que ela abriu a boca e entoou a primeira nota, ela literalmente CALOU a todos. A única reação plausível e possível naquele momento, que foi unânime, foi aplaudir, aplaudir muito, com força, com vontade. Porque ela merece.

E aí a gente para para refletir sobre o porquê de ela ser desacreditada. Por já ter uma certa idade e ser feia? Exatamente.

E isso entristece a gente. Perceber que vivemos num mundo fútil, movido pelas aparências, pelos padrões impostos por sei lá quem e seguidos freneticamente por multidões. Um mundo de marcas, grifes, preços, maquiagem, photoshop e dívidas no cartão de crédito. Um mundo do "ter", e não mais do "ser", e sequer do "saber". O mundo do poder, dos chefões, do glamour, do apartheid mascarado.

O vídeo de Susan Boyle me tocou. De verdade. Me comoveu. Me chocou. Me fez chorar e refletir.
Quantas vezes não estamos subjugando outras susans por aí, só porque ela não tem o corpinho da Jennifer Lopez? Quantas vezes valorizamos muito mais um cabelo brilhante e um nariz perfeito em detrimento de um talento e uma personalidade ímpar?

Somos levados a agir como bonecos, robôs, ou vaquinhas de presépio, como preferirem. A seguir tendências de vestimenta, de maquiagem, de comportamento. E nos esquecemos que o que temos por dentro é muito mais importante. Que a beleza um dia acaba. Que o dinheiro é instável. Que status não significa nada. Que popularidade é mais prejudicial que benéfica. Esquecemos de tudo isso para ficar parecidas com a atriz da novela das 8 ou com a BBB do momento.

Por problemas técnicos, não consegui baixar o vídeo para por aqui, mas caso alguém ainda não tenha assistido, é só clicar na foto abaixo.

4 transtornados opinaram:

Sah disse...

Essa mulher é show né ... há alguns dias escrevi sobre ela no "Coisas". Sempre que vejo este vídeo me emociono! É incrível a sensação de percebermos que somos muito mais do que esta "casca" que nos leva pra lá e pra cá ...

Beijos e Bom Domingo!!!

Sah disse...

Ah, me esqueci ... seu domingo vai ser "mais ou menos" pois o seu time vai perder ... hahahahahahahahaha

André Sant'Anna disse...

Oi, segui seu link do Manual do Cafajeste e não tem como deixar de comentar aqui depois de ler esse texto. Vi esse vídeo há alguns dias atrás e minha reação foi a mesma: fiquei comovido, chocado, triste, feliz (por ela) e mais um monte de sensações, todas misturadas. É impossível deixar de pensar que a globalização não é uma questão só econômica. Envolve também as pessoas, numa busca idiota por um padrão estético e ideológico. Não há lugar para a diferença. Há uma espécie de propaganda subliminar de como devemos ser, fazer e parecer. O nosso "modelo ocidental de vida" é excludente e segregador. Enfim, é por isso que eu gosto tanto do "Forrest Gump - O Contador de Histórias" (um filme).
E que surjam muitas Susans e mtos Forrests!
Bjo!

Sah disse...

Jean, dediquei um premio à você. Passe no "Coisas" para maiores informações!

Beijos!

Sou sempre eu mesma, mas não sou sempre a mesma!.
 
Copyright 2009 tRaNstoRno muLTipoLaR All rights reserved.
Blogger Templates created by Deluxe Templates
Wordpress Theme by EZwpthemes